A inflação médico-hospitalar, que em 2016 atingiu seu maior patamar da série histórica, deverá se manter entre 18% e 20% neste ano, segundo o IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
O aumento de custos -que inclui internações, exames, consultas, terapias etc- foi de 19,4% no acumulado de 12 meses até setembro, dado mais recente da instituição.
Além da mudança no modelo de cobrança de hospitais -que recebem por procedimento, o que estimula desperdícios-, o combate a fraudes será importante para controlar a inflação, diz Luiz Carneiro, superintendente do IESS.
“Hoje, a fraude médica não é um crime. Assim como a Lava Jato teve como apoio leis de anticorrupção, é preciso uma legislação antifraude.”
Os gastos das operadoras com desperdícios e fraudes respondem por 20% das despesas totais do setor. Em 2015, isso representou R$ 22,5 milhões, segundo o instituto.
A taxa estimada pela Abramge (associação de planos de saúde) é de 30%, afirma o diretor Pedro Ramos.
Nesta segunda (29), o executivo se reúne com a senadora Ana Amélia (PP-RS), autora de um dos projetos de lei que tramitam no Congresso para penalizar fraudes.
A associação quer incluir no texto punições para propinas a médicos, além de pedir mais celeridade na tramitação -parada desde 2016.
As operadoras também têm ampliado investimentos em sistemas para identificar profissionais com indícios de superfaturamento, diz Solange Mendes, presidente da FenaSaúde (entidade do setor).