Há cerca de três anos, trimestralmente, venho escrevendo esta coluna. Neste tempo, sempre com a esperança de poder abordar aspectos mais positivos que possam trazer algum alento e que possam ser um fator de incentivo e promover a sustentabilidade do nosso setor, sobretudo para as pequenas operadoras de planos de saúde. Enquanto aguardo a próxima edição, esta tem sido a minha esperança. Mas que decepção, nada de bom surge neste cenário.

Quando se abrem as páginas dos jornais, vemos apenas queixas contra operadoras, em uma ação que parece orquestrada para denegrir a imagem destas. O que é bem claro é que sempre haverá alguém que possa não estar inteiramente satisfeito com o serviço a ele prestado em determinada situação pontual, mas, no cômputo geral, os serviços são bons e os usuários estão satisfeitos com sua operadora.

Não fosse assim, certamente migrariam de empresa ou o mercado até mesmo encolheria. Novas diretrizes da Anvisa para os hospitais são frequentes e servem, na maioria das vezes, apenas para aumentar custos, com forte impacto nas contas das operadoras e, por que não dizer, ao meio ambiente, trazendo pouco ou nenhum benefício ao paciente. Deve se ter em mente que muitas dessas determinações são boas e bem aplicadas em países ricos, onde os insumos custam barato e a tecnologia é bem mais acessível.

Aqui, estas chegam a preços irracionais, empurrados por práticas comerciais pouco civilizadas, o que impossibilita sua adoção ampla, como é determinado. Em um país pobre e carente de recursos, penso que deveria se priorizar ações e práticas racionais seguras e capazes de ampliar acesso das pessoas aos serviços de saúde, e não promover mudanças que avançam pouco em qualidade, para atender a demandas diferentes daquelas que é anseio da população. Caso essas tendências não mudem, penso que Plano de Saúde, dentro de pouco tempo, será artigo de luxo, possível apenas para os ricos, já que impossível será a continuidade de tais produtos a preços populares.

Gilmar Martins Soares
Presidente da Abramge-MG